Se eu disser que parece que foi ontem que saí do Brasil estaria mentindo. Hoje faz 11 dias que cheguei na Irlanda mas parece que estou aqui há pelo menos 1 mês.
Eu vou tentar em poucas palavras resumir o que tenho sentido nesses dias e as primeiras impressões que tive do país.
Todo mundo fala que a pior parte de fazer um intercâmbio é a despedida no aeroporto. Eu concordo, mas achei que fosse ser tão ruim, me preparei tanto pra isso que quando chegou a hora eu sofri mas tinha certeza de que estava fazendo a coisa certa. Eu estava indo "embora" mas estava feliz por isso.
Depois de passar por várias conexões e sufocos com imigração eu consegui chegar finalmente em Dublin. Aqui é sempre frio, úmido, cinza e o vento corta a pele e machuca. Mas ainda assim a cidade não perde seu encanto.
Por aqui tem milhares de brasileiros espalhados. As vezes escuto um ou outro falando português no supermercado ou quando eu to parada no sinal.
A minha escola é bacana e as pessoas são legais, a professora é divertida e meio louca mas não tenho do que reclamar.
A busca por uma residência fixa para agilizar o processo do visto foi a pior parte pra mim até agora. Mas depois de uns trancos e barrancos encontrei um lugar pra ficar. Pelo menos por enquanto.
Os pubs são incríveis! Tem música o tempo todo, muitas vezes ao vivo e durante todos os dias da semana. A cidade não para, e a melhor parte é que na maioria deles você não paga pra entrar e não existe esse lance de consumação igual tem no Brasil. Você bebe se quiser e pronto.
Ainda sobre a cidade, acho que aqui é um dos lugares do mundo que mais tem pessoas falando idiomas diferentes. Eu escuto de tudo na rua, e na maioria das vezes não consigo nem identificar o idioma.
Eu ainda tenho milhões de coisas pra falar aqui sobre a cidade, mas também preciso contar como eu to me sentindo. E a pior parte disso é que eu nem sei como eu tô me sentindo. As vezes parece que não é a minha vida. Parece que eu dei um pause no Brasil e ok. Aqui meu coração aperta e me dá vontade de chorar sempre que as pessoas me mandam fotos. Eu sofro de saudade da minha família, do meu namorado, dos meus amigos e claro, do Bartolomeu, meu filho.
Dizem que quem mora fora aprende muito e se encontra. E é verdade. Em menos de duas semanas aqui já me peguei em situações desesperadoras e que só mesmo mantendo a calma e o equilíbrio pra conseguir resolver.
Quem inventa de sair da zona de conforto precisa ter o psicológico muito bom ou estar disposto a se manter sempre em harmonia. A vida aqui parece linda nas fotos e é, mas como tudo na vida não é um mar de rosas aqui também não é.
Em resumo, eu to amando a experiência apesar dos apesares.
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